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Parkour nas Escolas: Por Que Permitir é MelhoR que Proibir

Nos últimos anos, a Educação Física passou por transformações, e ainda assim, em muitas escolas, a aula continua presa a um modelo antigo, repetitivo e pouco conectado com o universo dos alunos. O tempo recente da Educação Física e da infância revela uma contradição: enquanto as crianças estão cheias de energia, curiosidade e desejo de movimento, a escola ainda oferece pouco espaço para o corpo se expressar de maneira livre e criativa.

É nesse contexto que o parkour começa a ser discutido como uma nova possibilidade pedagógica e também como um desafio. Afinal, estamos preparados para permitir uma prática que estimula a liberdade de movimento dentro (ou fora) da escola?


Aulas Drop and Leap
Aulas Drop and Leap


A Educação Física moderna e o desafio da inovação


Por muito tempo, a aula de Educação Física se baseou em esportes tradicionais, competições e repetições. Embora importantes, essas práticas não exploram todo o potencial educativo do movimento, resultando em desinteresse dos alunos, falta de criatividade motora e sensação de que o corpo serve apenas para cumprir metas. As demandas tecnológicas contribuem para aumentar a inatividade.

O parkour surge como alternativa, em que o aluno deixa de ser executor de gestos e se torna criador de caminhos. A modalidade é uma atividade recreacional e de aventura e um excelente método para desenvolver aptidão física, tornando-se uma ferramenta pedagógica e um conteúdo curricular inovador.

Cada salto, escalada e transposição faz parte de um raciocínio físico e emocional, onde corpo e mente trabalham juntos para superar desafios.



O olhar das escolas


Escolas têm interesse crescente em incluir o parkour em projetos esportivos ou extracurriculares. É moderno, visualmente impactante e conecta-se ao imaginário dos alunos.

O problema é a falta de compreensão sobre o que o parkour representa. Em muitas instituições, ele é visto como prática radical ou “moda”, e poucas entendem seu potencial educativo.

O parkour é multidisciplinar, podendo abordar Física (movimento e gravidade), Biologia (anatomia e controle corporal), História (origem urbana), Sociologia (uso do espaço) e até Idiomas (terminologia). Não se trata apenas de pular muros, mas de aprender a lidar com limites, tomar decisões rápidas e desenvolver autoconfiança.



Aula Corpo e Movimento - Escola Viva
Aula Corpo e Movimento - Escola Viva

O olhar dos estudantes

Para os alunos, o parkour já é realidade cotidiana: presente em filmes, desenhos, videogames e redes sociais. Nas últimas constatações (entrevistas da nossa Escola), sete em cada dez crianças conhecem e querem praticar a modalidade. Proibir é nadar contra a cultura infantojuvenil.

Mais produtivo é transformar esse interesse em aprendizado, inserindo o parkour na escola de maneira segura e orientada. Quando bem estruturado, o parkour estimula respeito, autocontrole e percepção de risco consciente.

Profissionalismo e orientação: o ponto-chave

O parkour foi incluído na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) na unidade temática Práticas Corporais de Aventura, mas sua presença ainda é limitada. Muitos professores restringem as práticas por falta de informações ou estudos científicos (Sena & Lemos, 2020; Leite et al., 2011).

Para que o parkour seja efetivo na escola, é fundamental contar com profissionais capacitados, que compreendam aspectos emocionais e sociais, e saibam lidar com medo, erro e progresso dos alunos. Formar professores com essa visão é um desafio e uma oportunidade de renovar a prática pedagógica.



Secretaria de Esportes - Itaquaquecetuba
Secretaria de Esportes - Itaquaquecetuba

O papel das famílias e da comunidade escolar


Pais e responsáveis têm um papel fundamental nesse processo. Ainda é comum associar o parkour apenas ao risco, mas sua verdadeira filosofia vai muito além disso: trata-se de superar obstáculos, e não desafiar o perigo. Ao praticar, os alunos aprendem a medir distâncias, respeitar o próprio corpo, cuidar do ambiente e reconhecer seus limites. Esses valores contribuem diretamente para uma formação cidadã mais consciente e equilibrada.

Quando famílias e escolas caminham juntas, o parkour deixa de ser uma “aventura perigosa” e se torna um laboratório de aprendizado, onde movimento, reflexão e segurança coexistem.



Mais do que um esporte, uma nova forma de aprender


O parkour nas escolas não é apenas uma proposta de Educação Física, é um símbolo de nova educação, que entende o corpo como linguagem, o erro como aprendizado e o movimento como expressão da inteligência.

Talvez a pergunta “proibir ou permitir?” precise ser reformulada. A verdadeira questão é como educar para que o movimento livre se transforme em conhecimento seguro e significativo.

Proibir o parkour não é o caminho. O desafio está em reestruturar práticas pedagógicas, preparar profissionais, adaptar espaços e inserir a modalidade no conteúdo programático escolar de forma consciente.

Como destacam Alves e Corsino (2013), “o esporte parkour pode ser um importante tema para a Educação Física escolar, tendo em vista as diversas possibilidades para a contribuição com a formação integral do aluno, enquanto sujeito participativo e crítico na sociedade.”


____________________ Em Brasília, o interesse das escolas pelo parkour como prática educativa tem crescido significativamente nos últimos anos. A sua escola está pronta para esse passo?

Oferecemos consultoria e capacitação profissional para auxiliar instituições na implantação segura e pedagógica do parkour em seus programas de Educação Física.


REFERÊNCIAS

ALVES, Carla da Silva Reis; CORSINO, Luciano Nascimento. O parkour como possibilidade para a Educação Física escolar. Motrivivência, ano XXV, n. 41, p. 247–257, dez. 2013.

LEITE, N. et al. Perfil da aptidão física dos praticantes de Le Parkour. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 17, n. 3, p. 198–201, 2011.

SENA, Dianne Cristina Souza de; LEMOS, Miguel Herick Sousa de. Parkour: propostas de aulas na Educação Física escolar. Caderno de Educação Física e Esporte, v. 18, n. 2, p. 159–169, 2020.

SILVA, Henrique Camargo Alves da. O parkour como prática corporal contemporânea: uma proposta de sistematização didática na Educação Física escolar. 2021. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação Física em Rede Nacional – ProEF) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Presidente Prudente, 2021.

VAGHETTI, César Augusto Otero; BORGES, Marcos Corrêa da Silva; MERINO, Eduardo; PEREIRA, Dimitri Wuo. De telhado em telhado: o parkour na Educação Física. Revista Didática Sistêmica, v. 21, n. 2, p. 8–18, 2019. ISSN 1809-3108.


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